1. Reforça a Saúde Física
Para começar, viver perto da natureza pode fazer maravilhas à nossa saúde.
Pelo menos é o que um estudo realizado pela Universidade de Harvard e o Brigham and Women’s Hospital descobriu após entrevistarem mais de 108 mil mulheres, concluindo que a taxa de mortalidade daquelas que viviam em áreas mais verdes era 12% mais baixa do que aquelas que viviam nos centros urbanos menos arborizados.
Os dados específicos para cada doença mostram ainda mais esses benefícios, os riscos eram 41% menores para morte relacionada a doenças renais, 34%, em casos de doenças respiratórias e 13%, em casos de cancro.
2. Aumenta a Saúde Mental
A Saúde Mental é responsável até 30% do nosso bem-estar. Ao viver e estar em contato com não só áreas mais verdes, mas também, ambientes como mar e rio, trazem o alívio do stress.
Existem diversos motivos para isso: o primeiro é que nas grandes cidades pode existir uma relação menos profunda com as situações do dia a dia, até mesmo devido à grande quantidade de informações a que somos expostos. O contato com a natureza pode reconetar-nos com uma maior entrega e presença em experiências.
3. Reduz Stress e Hipertensão
Mesmo que possamos não viver em numa região mais arborizada, frequentar locais verdes ajuda muito na saúde. Tanto que no Japão existe um conceito chamado “banho de floresta” (em japonês, shinrin-yoku) em que as pessoas passam alguns momentos dentro do mato para relaxar.
De acordo com o estudo conduzido na Universidade de Chiba, e publicado em 2010 no periódico Environmental Health and Preventive Medicine, mostrou que a prática reduz os níveis de cortisol (hormona do stress), diminui a pulsação e a pressão arterial e até interfere no sistema nervoso simpático e no parassimpático.
4. Ajuda com a nossa Cura
Cirurgias médicas causam stress graças à dor, desconforto, preocupações sobre riscos de vida e o muitas vezes longo processo de recuperação. Com isso em mente e com o desejo de melhorar a vida dos pacientes, um hospital da Coreia do Sul realizou um teste em 2009, expondo plantas ornamentais a 45 pacientes que recuperavam-se de procedimentos cirúrgicos (em um grupo de foco com 90 indivíduos), acompanhando as suas evoluções com diversos medidores físicos e psicológicos.
O resultado desta pesquisa, publicada em 2009 no periódico Journal of Alternative and Complementary Medicine, é surpreendente: as pessoas hospedadas em quartos com plantas apresentaram níveis de pressão sanguínea mais baixos, menos dor, ansiedade e fadiga e sentimentos mais positivos, alegres e satisfeitos em relação ao ambiente.
E não foi só isso, enquanto 73% dos pacientes em quartos sem o contato com a natureza expressaram desejo de retornarem para esse contato numa futura situação de necessidade, 93% dos indivíduos expostos às plantas expressaram a mesma vontade, comprovando que o contato havia sido extremamente benéfico. Na hora de analisar as melhores sensações no período de recuperação, as plantas superaram até mesmo o nascer do Sol (96% x 80%).
5. Capacidade de Memória
Muitas vezes podemos sentir que não somos bons de memória, a resposta para os nossos problemas pode encontrar-se na natureza. Foi isso que um estudo conduzido pela Universidade de Michigan descobriu, ao realizar breves testes de memorização com dois grupos de estudantes e, em seguida, encaminhar um deles para uma caminhada em regiões arborizadas, enquanto o outro deu um passeio por uma área urbana. Quando retornaram, o mesmo teste de memória foi aplicado e o grupo que teve contato com a natureza mostrou um aumento de 20% na eficácia da prova, enquanto o “grupo da cidade” não apresentou melhoras significativas.
6. Potencia a Concentração
Um estudo realizado em 1991 separou três grupos diferentes em situações variadas, um deles foi enviado para passar alguns dias ao ar livre, o outro concentrou a suas atividades em cidade e o terceiro apenas manteve as suas tarefas do dia a dia. Em seguida, a habilidade de concentração de cada um foi testada. Como resultado, quem demonstrou estar mais focado foi o grupo que esteve em contato com a natureza.
E não são apenas os adultos que podem ter benefícios na concentração graças a essa “mãozinha” do meio ambiente. Outra pesquisa concluiu que as crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade tiveram um aumento na capacidade de concentração após 20 minutos de caminhadas no parque. Segundo os investigadores, “doses de natureza podem servir como uma ferramenta segura, gratuita e acessível para lidar com os sintomas do transtorno.”
7. Favorece a Saúde Infantil
Para além dos benefícios explícitos do contato com a natureza por parte das crianças (a diversão, socialização e entendimento do meio-ambiente), este tipo de exposição também pode afetar uma parte bem prática da saúde dos pequenos: a visão. Isso porque um estudo realizado em 2012 descobriu que atividades no meio da natureza reduzem o risco do desenvolvimento de miopia.
Para analisarmos o assunto mais a fundo, uma escola de Taiwan realizou outra pesquisa em duas escolas com um nível equivalente de miopia entre as crianças. Uma das escolas recebeu a instrução de estimular atividades externas com os pequenos, enquanto a outra manteve o padrão de funcionamento diário. Um ano depois, a escola que levou os seus estudantes à natureza com mais frequência teve uma diminuição de 17,65% nos índices da condição de saúde, enquanto a outra teve uma redução de apenas 8,41%.
Melhorar os resultados com Exercício Físico
Os exercícios na natureza foram analisados também numa pesquisa na revista científica Environmental Science and Technology em 2010, que analisou os impactos dos exercícios feitos na natureza na saúde mental de 1252 pessoas, incluindo homens e mulheres de diferentes idades. Todos os participantes tiveram uma melhora na auto-estima e humor. A primeira melhora de forma mais visível ocorreu nos jovens e em pessoas com doenças emocionais.
Isso é explicado pelos neurotransmissores cerebrais e taxas hormonais liberados durante os exercícios, que conseguem até mesmo reproduzir o efeito que os antidepressivos fazem. A equação é simples: uma pessoa que faz exercícios físicos consegue ter uma liberação natural de substâncias no cérebro que são as chamadas “substâncias da alegria” – dopamina, serotonina e outras que são produzidas a partir do estímulo cerebral causado no exercício físico.
Benefícios Promovidos pela Exposição Solar
A vitamina D é importante para a saúde mental, e ela só pode ser produzida pelo organismo quando há contato com o sol. É muito comum ouvir falar de depressão sazonal em locais menos ensolarados do planeta, e podemos pensar sobre a vertente ambiental. No inverno, a interação entre pessoas diminui e há poucas atividades de lazer, em alguns países a noite dura muito, alterando todo o ciclo circadiano (nome dado à variação nas funções biológicas de diversos seres vivos, que se repete regularmente com período de aproximadamente 24 horas). E é fácil, no fim das contas, confundir sintomas da deficiência da vitamina D com sintomas de depressão leve. Se não tratados, eles podem desencadear uma depressão mais grave. É por isso que a exposição a ambientes ensolarados e ao ar livre podem ser benéficos para a saúde mental.
Tornarmo-nos um só com a Natureza
Esse tempo na natureza não precisa ser diário. Um estudo publicado pela revista Nature em 2016, no entanto, aponta que a quantidade de tempo na natureza é importante. O estudo percebeu que cerca de 7% dos casos de depressão e 9% dos casos de hipertensão arterial poderiam ser prevenidos com a visita semanal a espaços de natureza pelo menos por 30 minutos.
Quando sentimos vontade de entrar mais em contato com a natureza, mas não podemos, por não termos fácil acesso ou medo, há uma alternativa, ter mais natureza em casa. Plantas ou mesmo uma horta no quintal ou dentro de casa ajudam.
E quando decoração não é o nosso forte e não estamos muito empolgado para levar plantinhas para o nosso lar, não tem problema, outro estudo publicado no Journal of Positive Psychology e realizado pela University of British Columbia descobriu que o ato de perceber a natureza ao seu redor, seja no caminho para o trabalho ou durante um almoço próximo a um parque, pode ter um efeito positivo no nosso humor e bem-estar.
Sendo assim, não sobram dúvidas: quando nós temos alguma afinidade com tudo o que há “lá fora” para ser visto, admirado e aproveitado ou, se simplesmente desejamos trazer um pouco do verde para sua casa ou reconhecer a natureza ao seu redor, não precisamos pensar duas vezes. No fim das contas, estaremos a fazer muito mais do que um simples passeio ao ar-livre ou deixar o nosso lar mais belo, estaremos a cuidar de nós mesmos.