As lágrimas fazem parte da nossa vida. Elas podem ser derramadas tanto na tristeza e medo como na alegria.
Certamente, a maior parte de nós já ouviu aquelas expressões ditas pelos nossos pais e avós: “chorar faz bem à alma” ou “chorar lava a nossa alma”. Efetivamente, faz bem à nossa alma e traz-nos conforto, alívio, ajuda a desenvolver empatia e sinceridade e liberta os pesos do passado.
O choro é uma das formas da nossa alma se expressar, faz parte de nós, não há nada de negativo em chorar. Só pode ser considerado negativo quando passamos o dia a chorar, durante muitos dias, quase por tudo e por nada.
No entanto, há quem não chore. Mesmo havendo acontecimentos arrasadores na sua vida. Certamente, estará a reprimir o choro ou a sua mente o bloqueou devido a vários acontecimentos durante a sua vida.
Quantos de nós fomos educados para não chorar, ou ter de suportar a dor em determinada situação? Quantos de nós, com vergonha, não choramos? Ou escondemos esse choro das pessoas que mais gostamos? Pois é assim que vamos bloqueando os nossos sentimentos e as nossas emoções.
Bloqueamos a alma em expressar-se verdadeiramente, forçando-a a sorrir.
Devemos quebrar as crenças que nos ensinaram – “chorar não é para homens”, “um adulto não chora”, “não se chora em público”, entre outras. Chorar é bom, é libertador e construtivo.
Existem três tipos de lágrimas:
- Lágrimas basais: estas permitem manter a córnea lubrificada. As glândulas lacrimais produzem constantemente um líquido claro que protege e lubrifica os nossos olhos, além de melhorar a visão. O fluido é espalhado pela superfície do olho quando pestanejamos.
- Lágrimas reflexivas: o olho produz um líquido por reação quando está irritado, por exemplo: quando uma substância (detergente, champô, vapores de cebola, etc.) ou partícula entra para os nossos olhos e causa irritação, ou quando recebemos luz muito forte. As lágrimas reflexivas também estão relacionadas às mais variadas ações, como bocejar e gargalhar.
- Lágrimas emocionais: quando sentimos uma emoção forte, essas lágrimas, próprias do ser humano, entram em ação. Elas contêm uma concentração de proteína 24% maior do que as lágrimas reflexivas.
As lágrimas provenientes das nossas emoções enchem os nossos olhos por diversos motivos. Choramos por tristeza, frustração, dor física ou emocional. Por outro lado, também choramos quando sentimos alívio ou muita alegria, ou quando nos sentimos realizados — nesses casos, as lágrimas são de felicidade. As lágrimas também podem ser contagiantes. “Se vejo alguém a chorar — não importa o motivo — eu também começo a chorar”.
O alívio que sentimos quando choramos também tem a ver com a forma como os outros reagem ao nosso choro. Por exemplo, quando as nossas lágrimas fazem com que os outros nos consolem ou nos ajudem, temos a sensação de alívio. Por outro lado, se a reação dos outros não for boa, talvez fiquemos envergonhados ou nos sintamos rejeitados. Esta será uma das razões pelas quais bloqueamos o choro.
Durante o choro libertamos manganésio (um mineral que afeta o humor) do organismo e outros químicos que ajudam a reduzir o stress. Além disso, quando choramos respiramos fundo, reduzindo os níveis de cortisol (hormona do stress).
Sabia que o choro é diferente tendo em conta o género? A testosterona pode inibir o choro nos homens, enquanto a prolactina (hormona presente nas mulheres para promover a produção do leite materno), pode estimular o choro.
Chorar após um tratamento de Reiki não é algo de mau ou um indicador que a terapia tenha corrido mal, antes pelo contrário, houve uma libertação emocional. Ao chorar, estamos a ir ao mais profundo do nosso ser. Estamos a tocar na alma, ir à origem da dor, do medo ou do problema.
O Reiki traz-nos equilíbrio a todos os níveis – físico, mental, emocional e espiritual. Em cada uma destas camadas, a energia encontra a forma de trazer harmonia à pessoa. Se durante ou após o tratamento o paciente chorar, é sinal de haver contacto com a sua dor, trazendo à tona, para assim poder libertar e resolver a situação que trouxe bloqueio.
Em geral, quando o terapeuta de Reiki coloca suavemente as suas mãos na garganta ou no coração da pessoa que recebe, esta tem uma descarga emocional. Isso indica que ela expressará emoções relacionadas com a doença ou com a situação. Na maioria dos casos as emoções sustidas são a fonte direta da doença.
Durante o tratamento a pessoa pode chorar, ficar com raiva ou agitada, mas é tudo normal. O tratamento deve prosseguir. A libertação é importante para desconstruir as barreiras que permitirão o fluir da vida.
Se o choro ocorrer depois do tratamento, que também será sempre positivo, ele não deverá ser julgado. O paciente deverá ter um espaço para chorar, pode ser reconfortado com um sorriso ou um abraço, até poderá ser-lhe dito: “chore, está no sítio ideal, liberte”. Se o choro foi proveniente de um trauma será muito reconfortante dizer: “Já passou, veja como é uma pessoa forte e maravilhosa”. Algo muito importante, o choro não deverá ser ampliado pelo terapeuta nem muito menos travado. A cura ocorre no exato momento que há o choro, isso será certo.
Durante o tratamento o terapeuta também pode chorar ou simplesmente ter essa vontade. Ora, isto pode ocorrer por várias razões. Vou enumerar apenas algumas de acordo com a nossa experiência:
- O paciente pode ter choro reprimido há muito tempo, criando em si uma “carapaça”, fazendo o terapeuta chorar pela troca energética;
- O terapeuta pode recordar-se de uma situação semelhante à sentida;
- Emoções fortes sentidas pela perda de alguém.
- (entre outras).
O Reiki dá-nos a oportunidade de recomeçar. De convidar cada um à nossa felicidade. Isso só poderá ocorrer quando nos libertamos dos passados, daquilo que nos trouxe doença, dor ou sofrimento… É, neste momento, que se dá a cura, e isto é motivo para nos alegramos.